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Armando William Dantas dos Santos, aluno do quarto ano de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, doou à biblioteca da unidade um conjunto de livros de referência em Psicologia Médica e áreas correlatas. As obras foram adquiridas com recursos da reserva técnica de sua bolsa de Iniciação Científica (IC) da Fapesp, concedida para o projeto que ele desenvolveu sob orientação do professor Egberto Ribeiro Turato, do Departamento de Psiquiatria.

A doação reúne nove títulos, entre eles A doença como metáfora, de Susan Sontag, que oferece uma reflexão crítica sobre as narrativas culturais das enfermidades humanas; Vocabulário da Psicanálise, de Jean Laplanche e Jean-Bertrand Pontalis, obra fundamental para a compreensão de conceitos psicanalíticos utilizados na pesquisa; e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5-TR, da American Psychiatric Association, que serviu de base teórica e diagnóstica do estudo.

O projeto de Armando, intitulado “Pais de pacientes com transtorno bipolar sob seguimento ambulatorial especializado universitário de psiquiatria: um estudo qualitativo acerca de supostas causas como relatadas sobre o adoecimento de seus filhos”, foi desenvolvido no Ambulatório de Psiquiatria de Adultos do Hospital de Clínicas da Unicamp. A pesquisa qualitativa entrevistou pais e mães de pacientes para compreender os significados simbólicos e emocionais que atribuem ao adoecimento mental de seus filhos.

Na biblioteca da FCM, três pessoas estão em pé atrás de uma mesa redonda onde estão expostos vários livros de Psicologia Médica e áreas relacionadas. À esquerda, um homem de suéter cinza e óculos segura o livro Vocabulário da Psicanálise. Ao centro, uma mulher de casaco vermelho segura um exemplar de Psicologia Médica. À direita, um jovem de crachá e camisa escura segura o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5-TR. Ao fundo, há estantes repletas de livros.
Egberto Turato, Rosana Evangelista Poderoso (coordenadora da biblioteca da FCM) e Armando Santos: nove títulos em psicologia médica disponíveis para a comunidade

“Doar livros não é algo inesperado, mas traz alegria e surpreende positivamente. Um jovem que pensa na formação acadêmica de colegas também demonstra gratidão: pelas coisas boas que acontecem em sua vida estudantil e pelas pessoas que fazem parte dela – alunos, professores e técnicos administrativos. Fortalece os laços, ainda que anônimos, e promove sentimentos bons que conduzem a um futuro exercício profissional sólido”, declarou Egberto.

Para o docente, a biblioteca física mantém papel essencial no ambiente universitário. “É um centro comunitário que vai além de promover o acesso à informação escolar e erudita. Preserva um patrimônio acadêmico e dá um espaço real para estudos e interação social. O manuseio do livro permite estímulos sensoriais insubstituíveis e estimula, fenomenologicamente na consciência, a criatividade e a reflexão. Também desempenha um papel crucial de inclusão social entre estudantes e ensinantes”.

Armando, que mantém o gosto pelo estudo por livros físicos, nega o rótulo de “tecnodependente” atribuído à geração Z, da qual faz parte. No início de sua pesquisa, sentiu falta de alguns títulos. “Procurei muito, porém a biblioteca da FCM ainda não tinha algumas das obras necessárias para os meus estudos. Foi a partir daí que eu tive a ideia de destinar a minha reserva de pesquisa justamente para suprir essa carência importante e compartilhar com o restante da comunidade acadêmica”.

“No fim, quando tive o recurso aprovado fiquei muito contente, mesmo, pois senti que, apesar de pequena, tive uma contribuição com a valorização da biblioteca e também, quem sabe, incentivar mais a nossa comunidade a usufruir dos nossos recursos”, completou.

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