O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) de Campinas (Faculdade de Ciências Médicas/Hospital de Clínicas/Unicamp) recebeu, no dia 21 de maio, visita técnica da consultora da Coordenação-Geral de Urgência do Ministério da Saúde (MS), Bárbara Rahn. O objetivo foi conhecer a estrutura e dinâmica do funcionamento assistencial do CIATox de Campinas, incluindo o Laboratório de Análises Toxicológicas, bem como a sua relação com Rede de Urgência e Emergência regional.
Nesse escopo, o Ministério da Saúde está construindo uma Portaria específica, cujo objetivo principal trata da habilitação e do financiamento (custeio e investimento) dos CIATox nacionais na Rede de Atenção às Urgências e Emergências, na qualificação da Vigilância em Saúde e Ambiente e da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O financiamento dessas atividades prevê recursos para custeio mensal, de acordo com o porte do CIATox em relação à população abrangida, de 600 mil a 10 milhões de habitantes. Para ser habilitado, o CIATox deverá atender diversos quesitos obrigatórios, que incluem, além da estrutura física mínima, equipe de profissionais de saúde para compor diversos núcleos de atuação, constituída por médicos, farmacêuticos, enfermeiros e médicos veterinários ou biólogos.
A consultora da Coordenação-Geral de Urgência do Ministério da Saúde (MS), Bárbara Rahn/Foto: Marcelo Oliveira
Durante a visita, a consultora técnica do Ministério da Saúde destacou que “a publicação dessa Portaria representará um enorme avanço para estruturação dos CIATox nacionais, garantindo financiamento contínuo e integração com as redes de urgência nas respectivas áreas de abrangência”.
Em 2025, o CIATox de Campinas completa 43 anos de atividades ininterruptas, sendo a referência em Toxicologia Clínica para as Redes de Atenção à Saúde de 88 municípios pertencentes a três Departamentos Regionais de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (Campinas, Piracicaba e São João da Boa Vista), com cerca de com 7,3 milhões de habitantes. De acordo com o coordenador-associado do CIATox, Fábio Bucaretchi, em 2024 o CIATox de Campinas registrou 11.781 atendimentos de casos de exposição tóxica em humanos, que geraram 27.796 acompanhamentos, com uma média estimada de 108 atendimentos por dia.
O coordenador associado do CIATox, Fábio Bucaretchi, durante visita técnica realizada pela representante do Ministério da Saúde/Foto: Marcelo Oliveira
“Operamos com uma equipe deveras enxuta para atender essa demanda, que cresce anualmente, cuja principal força de trabalho são os supervisores e os alunos bolsistas do Programa de Bolsas de Incentivo em Toxicologia da Unicamp. Assim, precisamos de investimento contínuo para ter capacidade de ampliar e aprimorar nossas atividades assistenciais e noLaboratório de Análises Toxicológicas do CIATox, que é um Laboratório reconhecido como de referência nacional”.
O coordenador de assistência do HC-Unicamp, Paulo Velho, acompanhou a visita da representante do Ministério da Saúde ao CIATox/Foto: Marcelo Oliveira
Na ocasião da visita, o coordenador de assistência do HC-Unicamp, Paulo Velho, reforçou que “a incorporação do prontuário eletrônico e do banco de dados do sistema Datatox no SUS é de suma importância, inclusive para contabilizar os milhares de teleatendimentos gerados anualmente pelo CIATox”.
A previsão é de que essa Portaria deva ser publicada ainda em 2025, após ter sido aprovada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que é o foro de negociação, articulação e decisão entre os gestores da União, Estados e Municípios no SUS. O Brasil possui 32 CIATox, muitos com dificuldades de financiamento além de problemas de infraestrutura.