Projeto Crânio-Face Brasil

A motivação da criação do Projeto Crânio-Face Brasil em 2003 foi a grande relevância e prevalência das anomalias craniofaciais e a falta de informação sistematizada nessa área no Brasil.

As anomalias craniofaciais representam um grande conjunto de condições clínicas com diferentes causas. A denominação genérica de anomalias craniofaciais pode incluir quadros de dismorfias múltiplas de etiologia genética ou não. Via de regra, refere-se à situação em que o arcabouço craniano e (ou) facial apresentam alterações de contorno. Dentre elas, destacam-se as fissuras orofaciais, especialmente as labiopalatinas e palatinas, as craniossinostoses, os defeitos do tubo neural, a holoprosencefalia e os defeitos de arcos branquiais.

De modo geral, os pacientes com anomalias craniofaciais necessitam de tratamento por um tempo bastante prolongado com o acompanhamento de vários profissionais da área da saúde, como cirurgiões, pediatras, geneticistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e psicólogos, entre outros. Portanto, torna-se fundamental mapear as necessidades clínicas a fim de propor ações de saúde específicas.

Ações do Projeto Crânio-Face Brasil
  1. Desenvolvimento e validação de Base de Dados Clínicos e Familiais de Fendas Orofaciais Típicas
  2. Desenvolvimento de material de apoio para atenção básica
  3. Estudo multicêntrico para investigação de Síndrome de Deleção 22q11.2 (SD22q11.2)
  4. Estabelecimento de proposta para investigação laboratorial custo-efetiva da SD22q11.2
  5. Desenvolvimento e validação de aplicação de coleta de dados baseado em Web (CranFlow- craniofacial anomalies, flow and management)
  6. Implantação da Base Brasileira de Anomalias Craniofaciais
Objetivos
  1. Promover o intercâmbio para pesquisa e atenção médica em anomalias craniofaciais. 
  2. Proporcionar ações de educação continuada para profissionais de saúde a fim ampliar o reconhecimento e divulgar conhecimento na área de anomalias craniofaciais, especialmente, fendas orofaciais.
  3. Divulgar e instruir a população geral sobre fendas orofaciais, com uma liguagem clara e acessível, visando melhorar o entendimento dessa condição.
  4. Contribuir para o reconhecimento de fatores etiológicos das fenda orofaciais prevalentes na população brasileira.
  5. Consolidar rede colaborativa para investigação clínico-laboratorial em genética e para subsidiar políticas específicas de atenção à saúde para este grupo populacional.
  6. Ampliar a Base de Dados Clínicos e Familiais de Fendas Orofaciais Típicas do Brasil (BDCF e e-BDCF).
  7. Subsidiar propostas para o incremento da atenção à saúde nesta área nos diferentes níveis de complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS).
  8. Realizar investigações laboratoriais diagnósticas em fendas orofaciais.
  9. Testar estratégias custo-efetivas para investigação da síndrome de deleção 22q11.2.
Números do Projeto
  • Centros participantes: 10
  • Total de indivíduos registrados: 1933
  • Projetos: 24
  • Formação de recursos humanos:60
  • Artigos publicados: 47
  • Dissertações e Teses: 32
  • Programa de computador registrado: 1
  • Prêmios recebidos: 09
Resultados Esperados
  • Consolidação da rede colaborativa para investigação clínico-laboratorial em genética para casos de fendas orofaciais para subsidiar políticas específicas de atenção à saúde para esse grupo populacional.
  • Reconhecimento de fatores etiológicos prevalentes na população brasileira com fendas orofaciais.
  • Coleta de dados comparáveis a outras populações.
  • Acesso a exames genéticos de acordo com o seguimento evolutivo.
  • Incremento do planejamento terapêutico nos casos de fendas orofaciais.
  • Resultados de abordagem custo-efetiva para implantação de teste em larga escala no sistema público.
  • Treinamento de pessoal para:
    • Detecção de fatores de risco para Fendas Orofaciais e suspeição da Síndrome de Deleção 22q11.2 em diferentes níveis de atenção à saúde
    • Manejo clínico

Em longo prazo:

  • Interface com planejamentos cirúrgico e fonoaudiológico.
  • Os dados poderiam ser visualizados nos diferentes níveis de atenção à saúde via web.