
A reforma curricular do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp está acontecendo dentro do previsto e bons frutos estão sendo colhidos, como apresentado na última reunião da Congregação pela professora Eliana Martorano Amaral, quando relatou os resultados dos questionários sobre os anos iniciais do curso, que já estão no novo currículo, aplicados no último Dia de Avaliação do Curso, ocorrido dia 20 de maio de 2025.
O curso de Medicina é “vivo” e está em constante evolução, se adaptando às necessidades da formação discente e às regras governamentais que regem as diretrizes curriculares nacionais. Vale ainda ressaltar que a mudança de currículo somente pode ser bem-sucedida com a constante capacitação pedagógica do nosso corpo de docentes e médicos apoiadores, pois não somente o currículo, mas também a metodologia de aprendizagem está em constante evolução.
Mesmo com as constantes pequenas mudanças, periodicamente, cabe uma reflexão profunda sobre o currículo e a avaliação de pontos a serem melhorados, ou mesmo, mudanças radicais. Desde a última gestão da Diretoria da FCM (2018-2022) e tendo continuidade na atual gestão (2022-2026), essa preocupação com o que a Medicina da Unicamp deseja para a formação médica tem sido um forte tema.
Após extenso levantamento interno das áreas a serem aprimoradas no currículo que é aplicado desde o início da década de 2000 e, com a avaliação externa do Serviço de Acreditação de Escolas Médicas do Conselho Federal de Medicina (SAEME-CFM) e de especialistas estrangeiros em Ensino Médico, o Núcleo Docente Estruturante (NDE) da FCM dedicou-se à construção do novo currículo.
Juntamente com comissões de docentes e discentes, formadas para redesenhar as trilhas de ensino do curso médico, o NDE elaborou um novo perfil do egresso da Medicina, trabalhou na construção de competências a serem alcançadas por nossos discentes ao longo do curso e redesenhou as disciplinas oferecidas desde o primeiro ano.
Uma etapa fundamental foi a definição de um novo perfil do egresso e das competências essenciais de formação, realizado na gestão passada dentro do NDE. A partir deste perfil, e também da literatura, da legislação e da experiência de nossos docentes, um NDE ampliado, com apoio da Diretoria da FCM, convidou todos os membros da comunidade para atuarem no redesenho das principais trilhas de ensino do curso médico, em um trabalho que vem redesenhando as disciplinas oferecidas desde o primeiro ano.

O enfoque principal foi na integração básico-clínica, trazendo para os anos iniciais do curso, conceitos da prática médica, através da participação na atenção básica à saúde, simulação, cuidado ao indivíduo e iniciação à ciência, saúde baseada em evidências científicas e saúde digital. Nos anos intermediários, o enfoque foi no aprimoramento dos mecanismos de raciocínio clínico e cuidado integral ao paciente, transformando o quarto ano do curso em internato médico.
É preciso reforçar que o nosso curso tem um forte enfoque no cuidado ao indivíduo de forma holística, explorando os aspectos éticos, sociais e a diversidade própria da população brasileira atendida pelo SUS. Também as atividades extensionistas, de interação do corpo discente, docente e de funcionários, com a população; vêm sendo desenvolvidas e incorporadas ao novo currículo, assim como o interprofissionalismo, que envolve as atividades com os demais profissionais da área da saúde.

No momento atual, já temos o primeiro e o segundo ano percorrendo o novo currículo e, em 2026, teremos o terceiro ano já no novo currículo. Esperamos poder acelerar a mudança curricular, de maneira que o quarto ano também já possa participar do novo currículo a partir de outubro de 2025.
A reforma curricular é uma construção coletiva, onde a participação de todos os envolvidos é de extrema importância. Está sendo conduzida de uma maneira integrativa, supra e inter-departamental, integrando as equipes e conduzida pelo NDE do curso de Medicina. A Coordenadoria de Graduação do Curso tem muito a agradecer a sua competente equipe de funcionários e à pedagoga do curso, Silvia Maria Riceto Ronchim, pelo apoio na tarefa de dar suporte às trilhas de desenvolvimento do currículo e à implementação de todas as mudanças que são exigidas para o bom funcionamento do curso.
Todos juntos, somos melhores.
