A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp foi uma das 67 instituições contempladas pela Fapesp em uma chamada que tem como objetivo o aprimoramento da infraestrutura e do funcionamento dos biotérios de pequenos animais, além da melhoria da biossegurança das estruturas de pesquisa no estado de São Paulo.
Na Unicamp, 11 propostas foram selecionadas — entre elas, as da FCM, do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro) e do Centro Multidisciplinar para Investigação Biológica (Cemib). Todas estão na faixa A, relativa à infraestrutura de biotérios, que prevê o valor máximo de R$ 2 milhões por proposta. A vigência é de até 36 meses. Na FCM, cinco projetos foram aprovados.
Por meio da chamada, a Fapesp financiará a aquisição de equipamentos e reformas voltadas à adequação de biotérios e laboratórios aos novos equipamentos, ao fortalecimento da infraestrutura para pesquisa em biossegurança e à melhoria da qualidade dos animais produzidos e fornecidos.
Os custos de manutenção preventiva dos equipamentos deverão ser administrados pela instituição e pelo consórcio de pesquisadores proponentes, por meio de uma contrapartida que será um dos critérios de análise da chamada.

“A modernização das estruturas envolvidas nas pesquisas em modelos animais é necessária para aprimorar a qualidade das pesquisas, cada vez mais sofisticadas, e garantir a boa prática na pesquisa nesses modelos, de forma a manter a ética na sua melhor performance”, declarou Andrei Sposito, coordenador de Pesquisa da FCM.
Segundo Andrei, a Reitoria da Unicamp já disponibilizou um recurso complementar que, junto com o da Fapesp, viabilizará a criação do novo biotério. O novo espaço terá maior capacidade e uma estrutura física atualizada para melhor controlar infecções e infestações, assegurar o bem-estar animal e ampliar as possibilidades de pesquisa com modelos animais.
“A sustentabilidade é certamente um desafio, constantemente em evolução, e modelos de outras instituições congêneres estão sendo debatidos internamente. No modelo atual, cada financiamento deve constar rações, maravalhas (raspas de madeira) e o custo por animal. Na USP, cobra-se uma taxa por tempo de permanência, que é paga pelo financiamento da pesquisa. Debateremos com os colegas pesquisadores para encontrar o melhor modelo na FCM”, disse.
O coordenador explicou que o biotério é, por natureza, um espaço multiusuário. O local atende a diversos docentes, em sua maioria da FCM, mas também de outras unidades que colaboram em estudos com a faculdade. Segundo ele, a diversidade de modelos inviabiliza a criação de um único biotério que atenda todas as unidades, mas o aprimoramento previsto permitirá ampliar as colaborações e o escopo das pesquisas desenvolvidas em parceria.

