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Iniciativa da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp leva profissionais da saúde recém-formados para atuar em ensino, assistência e pesquisa em universidades jovens do interior do Brasil. Atualmente, está aberto o edital do processo seletivo fruto de convênio tripartite entre a Unicamp, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Prefeitura de Currais Novos (RN). O acordo foi assinado em dezembro de 2024.

O profissional que ingressa pelo processo seletivo especial realiza os três anos de residência na Unicamp e mantém vínculo com a UFRN para atuar após esse período. Trabalha na cidade de Currais Novos, participa do ensino e da pesquisa e desenvolve um projeto de pós-graduação — mestrado ou doutorado — com duração mínima de dois e quatro anos, respectivamente.

No episódio especial de podcast, participam a professora Renata Magalhães, do Departamento de Clínica Médica da FCM; o professor George Dantas, diretor da Escola Multicampi de Ciências Médicas de Caicó (UFRN); a dermatologista Flávia Thomé França, ex-residente da Unicamp que atuou por três anos em Caicó; Breno Dias, ex-aluno da UFRN e hoje residente de Dermatologia na FCM; e Maria Eduarda Peracini, recém-ingressa na residência da Unicamp pelo processo seletivo especial (compromisso social).

O projeto foi criado em 2016 sob o nome “Dermatologia Compromisso Social”, sob a gestão do diretor da FCM, Ivan Toro, e surgiu da necessidade de apoiar cursos de medicina de regiões que ainda não contam com especialistas. “A ideia é levar profissionais recém-formados para atuar na assistência, no ensino e também impulsionar a pesquisa. Trata-se de um programa completo, que amplia de forma significativa a formação do médico recém-egresso”, afirma Renata.

Para George Dantas, a parceria foi rapidamente reconhecida como alinhada à missão da Escola Multicampi. “Vimos de imediato a coerência do projeto com o nosso compromisso social, que é formar médicos fortalecendo o sistema de saúde da região”. Ele lembra que o impacto foi imediato: “Em um mês, a fila de consultas em dermatologia na atenção secundária foi zerada”.

Flávia França, primeira dermatologista enviada pelo projeto, destaca o caráter transformador da experiência. “Era uma oportunidade de exercer docência e atuar em uma região com enorme carência de assistência especializada. Os projetos vão ganhando forma e gerando impacto real. Isso transforma a gente e a comunidade”.

Ela relata a diversidade de casos atendidos. “Vi muito câncer de pele, muito mais do que imaginava. Também atendemos muitos casos de hanseníase sem diagnóstico há mais de dez anos e psoríase grave”. A capacitação de residentes foi central: “Eles passaram a realizar pequenos procedimentos e biópsias graças à formação”.

O impacto também atingiu os estudantes locais. Breno Dias, hoje R1 de Dermatologia na FCM, foi aluno de Flávia na graduação. “O contato com a dermatologia durante o internato influenciou minha escolha”. Ele pretende retornar ao interior do Rio Grande do Norte após concluir a residência: “A ideia é voltar como dermatologista e atuar na minha região”.

Profissionais da área da saúde participam de uma gravação de podcast em estúdio, sentados ao redor de uma mesa com microfones. Ao fundo, um participante aparece em uma tela, conectado por videoconferência.
Flávia Thomé França, Maria Eduarda Peracini, Renata Magalhães e Breno Dias

A atual residente da vaga compromisso social, Maria Eduarda Peracini, relata que inicialmente hesitou pela distância, mas decidiu abraçar a oportunidade. “A medicina é um compromisso social. Quando eu vi o programa, pensei: isso é para mim”. Ela reforça que o apoio da família e o entusiasmo dos colegas foram decisivos.

O modelo tripartite — Unicamp, UFRN e prefeituras — garante sustentação ao programa, especialmente no financiamento das bolsas dos egressos. “Sem as leis municipais que regulamentam o pagamento, o projeto não teria se sustentado. O protagonismo das prefeituras foi determinante”, explica George Dantas.

Renata Magalhães destaca o caráter histórico da iniciativa: “Foram 10 anos de construção até viabilizar o primeiro convênio. Hoje, vemos os frutos na formação dos nossos residentes e na melhoria da assistência em regiões com carência de especialistas. É uma grande realização para a FCM”.

Mestrado e doutorado 2026

A Comissão de Pós-graduação da FCM publicou edital para ingresso em 2026 nos níveis de mestrado, doutorado e doutorado direto, no âmbito do convênio entre Unicamp, UFRN e a Prefeitura de Currais Novos. O convênio garante uma bolsa para cada especialidade, com prioridade para o doutorado: Psiquiatria, Endocrinologia, Dermatologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional.

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