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O professor Heitor Moreno Junior, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, conquistou o primeiro lugar no concurso internacional Contemporânea de Literatura. Com o poema “TU QUOQUE, BRUTUS?!”, o docente do Departamento de Clínica Médica foi agraciado pela Contemporânea Projetos Culturais, em evento realizado em agosto, na Universidade Santa Cecília, em Santos.

Em sua 21ª edição, o tradicional concurso premiou por mais uma vez Moreno, que, em 2024, ficou em segundo lugar. Desta vez, competiu com 653 poetas inscritos de países de língua portuguesa, como Brasil, Portugal, Angola e Moçambique.

O título do poema faz referência à expressão de surpresa atribuída ao imperador romano Júlio César, que a teria proferido ao ser assassinado por senadores conspiradores, entre eles Marco Brutus, seu filho adotivo. No texto, a frase é retomada pelo eu lírico diante da traição de sua amada Giulia.

Os trabalhos foram avaliados por uma comissão internacional, que levou em conta critérios como ineditismo e inovação na escrita. A poesia vencedora integra o livro “A Montanha Russa — Down”, que será lançado em novembro no Espaço das Artes da FCM. Este será o quinto livro de poesias do professor, que também publicou, em 2024, o compêndio Semiologia Cardiovascular.

Além do primeiro lugar em poesia, Moreno conquistou ainda a quarta colocação na categoria crônicas, com o texto “O erro médico no Brasil — Fundamentos e perspectivas”. No trabalho, o autor aborda a formação do médico nas faculdades, a necessidade de atualização contínua e sugere a aplicação de exames periódicos de conhecimento.

“A premiação considerou a relevância e a atualidade do tema. A crônica reflete a preocupação real com a atuação do médico na contemporaneidade, assim como as propostas para reduzir a ocorrência de erros no exercício profissional”, afirmou Moreno. Nesta categoria, participaram 460 trabalhos.

Dois homens posam sorridentes em um auditório. Ambos vestem ternos escuros — o da esquerda usa camisa rosa clara e medalha pendurada no pescoço, enquanto o da direita veste camisa cinza clara. Ao fundo, outras pessoas conversam em pé, e há bandeiras do Brasil e do Estado de São Paulo. O ambiente tem cadeiras azuis e paredes de madeira.
Heitor Moreno Junior e o Maurílio Campos, membro da Academia Santista de Letras e presidente da Contemporânea Projetos Culturais. Foto: divulgação

Leia o poema premiado:

TU QUOQUE, BRUTUS?!

Traiu-me.

Plágio de César a Brutus – sem lamúrias

Deixou meu Eu envolto em falácias e injúrias

Abandonada, minha dolente alma à sorte

Sem prumo, sem suporte ou Norte

Deixou-me envergonhado, nu, às tangas,

Como exposto de paletó sem mangas

Sem rima, sem ritmo ou significância

Desprezado e odiado, um viver sem ânsia

Agarrei-me a Jesus, Buda e todos os santos

Mas, a marquise da fé, frouxa que era, quedou-se

Invoquei todos os anjos e até Satanás,

Mas, amaldiçoado por Deus, de nada fui capaz

“Diz-se que Brutus traiu César”, ponderei

Tendo o Senado, cúmplice e ardiloso, a seu lado

Fizeste idem, eterna amada, foste vil e letal

Desde, padeço em Calvário, tal espectro surreal 

Sim. Chega ao final a Peça.

Soluçante e febril, te peço:

– Tu quoque, Giulia? – Vamos! Confessa!

Medalha dourada com fita azul, exibindo no centro a inscrição: “1º Lugar Poesia – Tu quoque, Brutus?! – Heitor Moreno Júnior”. O fundo do medalhão mostra a imagem de um pôr do sol sobre o mar, com um veleiro em destaque.
Medalha conquistada pelo professor do DCM. Foto: divulgação
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