
No dia 13 de agosto, o anfiteatro do Gastrocentro da Unicamp sediou um evento especial para comemorar os 10 anos de parceria entre o Laboratório de Investigação em Doenças Inflamatórias Intestinais (LabDII) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e a Universidade de Barcelona, por meio do Instituto de Pesquisa Biomédica August Pi i Sunyer (IDIBAPS), além dos 4 anos de colaboração com a Associação do Leste Mineiro de Doenças Inflamatórias Intestinais (ALEMDII).
O evento contou com a presença de autoridades acadêmicas, pesquisadores, pacientes e representantes das instituições parceiras. O evento teve como anfitriã, a coordenadora do LabDII, Raquel Franco Leal, docente do Departamento de Cirurgia da FCM e coordenadora da Área de Projetos Especiais do Gastrocentro. E contou com mesa de abertura composta pelos professores: Marlise Inêz Klein Furlane, assessora da Pró-Reitoria de Pesquisa, na ocasião representando a pró-reitora Ana Maria Frattini Fileti; Rubens Bedrikow, assessor da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura, representando a pró-reitora Sylvia Helena Furegatti; Ilka de Fátima Santana Ferreira Boin, coordenadora geral do Gastrocentro.





“Hoje, celebramos uma década de colaboração com a Universidade de Barcelona, uma parceria que nos permitiu avançar no entendimento das doenças inflamatórias intestinais e desenvolver pesquisas translacionais que impactam diretamente a vida dos pacientes. Essa união entre instituições públicas, associações e a sociedade civil é o que faz a ciência brasileira prosperar”, disse Raquel, reforçando o legado da parceria.
A docente da FCM destacou a parceria com a ALEMDII:



“Há quatro anos, unimos forças com a ALEMDII para levar informação e acolhimento a pacientes no interior de Minas Gerais, mas que tem abrangência nacional. Essa parceria mostra que a universidade não está isolada em seus muros – ela deve dialogar com a sociedade e transformar vidas”, afirmou.
A coordenadora geral do Gastrocentro, Ilka Boin, ressaltou a importância do laboratório no cenário nacional. “O LabDII é um exemplo de como uma estrutura compacta, mas bem organizada, pode produzir pesquisa de alto impacto. Daqui saem trabalhos de pesquisa e de extensão que ajudam a entender e tratar doenças complexas, beneficiando pacientes em todo o país”.
Impossibilitado de participar do evento, presencialmente, o diretor associado da FCM, Erich Vinícius de Paula gravou mensagem de vídeo, manifestando a admiração da Diretoria da faculdade pelo trabalho realizado no âmbito do LabDII. “Acompanhamos o que é produzido no laboratório da professora Raquel. Reconhecemos a importância dessas parcerias para levar a universidade a locais onde ela normalmente não estaria presente e, ao mesmo tempo, para qualificar a formação de recursos humanos, tanto nosso quanto de nossos parceiros”.
Representante da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura, na solenidade, o professor Rubens Bedrikow reforçou o papel social da universidade, previsto na Carta Magna. “A Constituição de 1988 nos lembra que a universidade deve ouvir a sociedade. E é isso que vemos aqui: pesquisa que nasce de demandas reais e retorna em forma de conhecimento e assistência. Parcerias como essa são a essência da extensão universitária”.
Representando a Pró-Reitoria de Pesquisa, a professora Marlise Inêz Klein Furlan enalteceu a internacionalização da ciência. “A colaboração com a Universidade de Barcelona coloca a Unicamp no mapa global da pesquisa em doenças inflamatórias. São projetos como esses que elevam a qualidade da nossa produção científica e formam recursos humanos de excelência”, destacou.
Após a mesa de abertura, Raquel Franco Leal abriu a programação com uma palestra sobre as atividades do LabDII e do Gastrocentro, destacando a integração entre pesquisa, ensino e assistência aos pacientes. Ela enfatizou a relevância das parcerias internacionais e com a sociedade civil para avançar no conhecimento e no tratamento das doenças inflamatórias intestinais, que afetam principalmente jovens e têm crescido em incidência no Brasil.






Em seguida, a professora Azucena Salas, da Universidade de Barcelona, participou do evento por videoconferência, reforçando os laços acadêmicos entre as instituições. Alessandra Souza, diretora científica da ALEMDII, falou sobre “Letramento em Saúde”, enquanto Júlia Gonçalves Araújo Assis, presidente da associação, compartilhou a perspectiva dos pacientes e a importância do apoio mútuo.
No encerramento, uma roda de conversa reuniu os participantes para discutir como a universidade pode unir pesquisa e extensão para beneficiar a sociedade. O debate destacou a necessidade de financiamento, a valorização das parcerias sociais e o compromisso de tornar a ciência acessível à população.
O evento terminou com uma recepção na coordenadoria do Gastrocentro, onde os participantes puderam compartilhar experiências e fortalecer ainda mais as colaborações. A celebração marcou não apenas uma década de avanços científicos, mas também o impacto positivo dessas parcerias na vida de pacientes e na formação de recursos humanos.
Sobre as doenças inflamatórias intestinais
As doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, são crônicas, sem cura, e afetam milhares de pessoas no Brasil. A conscientização e o acesso a tratamentos adequados são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Vinculado à FCM e ao Gastrocentro, o LabDII é referência no estudo dessas condições, combinando pesquisa básica, atendimento multidisciplinar e parcerias nacionais e internacionais.
O evento reforçou que, mais do que celebrar uma década de conquistas, a mensagem é de continuidade. “Ainda há muito a fazer, mas cada passo dado mostra que, quando universidade e sociedade trabalham juntas, os resultados são transformadores”, concluiu Raquel Franco Leal.