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Teve início mais uma etapa da colaboração entre o Ministério da Saúde da República de Angola (MINSA) e a Unicamp, no âmbito do programa de cooperação internacional em saúde, cujo objetivo é promover a troca de saberes, experiências e práticas. No último dia 5, a Faculdade de Ciências Médicas (FCM), em parceria com a Secretaria de Saúde de Campinas, recebeu um grupo de 50 médicos angolanos para um programa de capacitação.

O projeto será desenvolvido entre maio e setembro, período em que os profissionais serão distribuídos entre 25 centros de saúde. Ao longo da experiência, participarão de um módulo teórico e de um estágio de imersão no modelo brasileiro de atenção primária à saúde, com ênfase na Estratégia Saúde da Família. A iniciativa conta com o suporte da área de Medicina da Família, vinculada ao Departamento de Saúde Coletiva da FCM.

Mesa de abertura

Na cerimônia de abertura, falaram autoridades da Unicamp, Prefeitura de Campinas e Ministério da Saúde.

Rubens Bedrikow, coordenador da Comissão de Extensão Universitária e Assuntos Comunitários da FCM, declarou-se honrado em receber os colegas de Angola neste ano que marca o cinquentenário da independência do país. Além disso, lembrou a resiliência da nação, simbolizada pela palanca-negra-gigante — animal que quase foi extinto durante a guerra civil — e pelo embondeiro (baobá), árvore milenar que representa raízes profundas e força cultural.

Cláudio Coy, diretor da FCM, deu as boas-vindas aos profissionais, enfatizando que o programa foi cuidadosamente elaborado para promover uma verdadeira troca de experiências. Destacou, ainda, o privilégio de a faculdade poder aprender com os angolanos. Em seguida, convidou à fala o professor Francisco Aoki, do Departamento de Clínica Médica da FCM, que lidera projetos com o Ministério da Saúde de Angola há quase 20 anos.

“Desde então, temos trazido colegas angolanos para diferentes departamentos, avaliando as necessidades de formação e promovendo uma verdadeira troca de saberes médicos. Essa experiência tem gerado frutos importantes: todos os que passaram por aqui hoje são reconhecidos como especialistas em seu país, inclusive com melhoria salarial. Portanto, espero que aproveitem ao máximo esses meses, pois o capital que vocês levarão daqui, tanto em conhecimento quanto em experiência prática, será imenso”, afirmou o docente.

José Rodrigues Filho, consultor técnico do Programa Brasil-Angola do Ministério da Saúde (SGTES), também enfatizou o objetivo de contribuir para o fortalecimento da saúde pública em Angola, promovendo a troca de experiências e saberes. “O Sistema Único de Saúde do Brasil é reconhecido mundialmente. Esperamos que a vivência na atenção primária em Campinas possa inspirar avanços significativos no contexto angolano.” Até 2027, o Ministério tem a meta de qualificar 38 mil profissionais angolanos, sendo 28 mil com formação no SUS.

Fernando Coelho, então pró-reitor de Extensão, Esporte e Cultura e atual coordenador-geral da Unicamp, destacou o atual momento de uma política institucional de internacionalização voltada ao Sul Global. “A presença de vocês aqui representa um passo fundamental nessa direção, promovendo uma troca intensa com os profissionais e comunidades com as quais vocês terão contato. A extensão universitária no Brasil é o braço político da universidade, responsável por dialogar com a comunidade, captar suas demandas e transformá-las em projetos coletivos.”

Marcelle Regina Silva Benetti, diretora do Departamento de Ensino, Pesquisa e Saúde Digital (DEPS) de Campinas, declarou que o departamento preparou um programa especial para os médicos, incluindo temas como saúde digital e telepreceptoria. “Campinas tem seis distritos sanitários, cada um com realidades distintas. Neles vocês poderão vivenciar a diversidade do SUS. Terão supervisão nas unidades e acesso a cursos sobre gestão e inovação. Esta é a primeira turma internacional do programa na atenção básica, e esperamos que venham muitas outras.”

Compuseram ainda a mesa, Mônica Nunes, da Prefeitura Municipal de Campinas. De maneira virtual, participaram Eline Ethel Fonseca Lima e Livia Mello, ambas do Ministério da Saúde.

O Protocolo de Colaboração entre a Unicamp e o MINSA integra o Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde Brasil-Angola, coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, em parceria com os ministérios da Saúde e da Educação, além da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

Confira a transmissão completa da recepção:

Confira também o vídeo da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura da Unicamp: https://www.instagram.com/reel/DJZuBzxCnHY/?utm_source=ig_web_copy_link

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