Pesquisa Clínica

A implantação do CPC deve propiciar a centralização, organização e gestão da pesquisa clínica na instituição, trazendo benefícios para a sociedade, para a comunidade acadêmica nacional e para os órgãos gestores da saúde no País, através dos seguintes objetivos gerais:
I – Consolidar um modelo institucional de pesquisa clínica baseado nas melhores práticas de pesquisa;
II – Estabelecer estratégias colaborativas de pesquisa para a proposição de projetos que atendam as prioridades definidas pelos órgãos governamentais;
III – Incentivar e facilitar o ensino dos fundamentos básicos envolvidos em pesquisa clinica nos cursos de graduação da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, incluindo-se aqui alunos de iniciação científica da instituição;
IV – Estimular o aprendizado da interpretação de estudos clínicos relevantes bem como a aplicação das boas práticas clínicas em pesquisa aos residentes médicos da Área da Saúde da UNICAMP, já que estas constituem importante ferramenta também à assistência médica de indivíduos não envolvidos em pesquisa. 
V – Propor e incentivar a realização de disciplinas relacionadas à Pesquisa Clínica junto aos cursos e alunos de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP;
VI – Desenvolver e capacitar recursos humanos para apoio à pesquisa clínica em âmbito nacional;
VII – Desenvolver e validar estratégias de gestão em pesquisa clínica na Área da Saúde da UNICAMP.

O que é a Rede Nacional de Pesquisa Clínica (RNPC)?

O Ministério da Saúde em uma ação conjunta com o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio da Chamada Pública MCT-MS-Finep Ação Transversal – Pesquisa Clínica – 04.2005, selecionou instituições para integrarem a Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Hospitais de Ensino – RNPC
A medida teve como objetivo dar uma relação mais institucional aos projetos de pesquisa realizados no âmbito dos hospitais de ensino e garantir um local onde possam ser desenvolvidos estudos de interesse público voltados para as políticas de saúde desenvolvidas pelo Sistema Único de Saúde.
A importância da rede se situa na possibilidade de reunir esforços em ações prioritárias para a população brasileira: o fato de interligar os melhores centros de pesquisa clínica do país possibilita o aumento do intercâmbio entre pesquisadores de diferentes regiões com interesses em comum. Outro propósito esperado é a reversão das atividades de pesquisa em benefícios nos campos da formação profissional e capacitação técnico-científica.

O que é pesquisa clínica?

Definição:

“Qualquer investigação em seres humanos, objetivando descobrir ou verificar os efeitos farmacodinâmicos, farmacológicos, clínicos e/ou outros efeitos de produto(s) e/ou identificar reações adversas ao produto(s) em investigação com o objetivo de averiguar sua segurança e/ou eficácia.” (EMEA, 1997)

Pesquisa Clínica, ensaio clínico ou estudo clínico são os termos utilizados para denominar um processo de investigação científica envolvendo seres humanos.
Fonte: ANVISA

Quais são as fases da pesquisa clínica?

A pesquisa clínica é usualmente classificada em 4 fases: I, II, III e IV. Devemos antes lembrar que, para se estudar clinicamente um medicamento, ele já deverá ter sido aprovado em testes pré-clínicos, ou seja, aspectos de segurança são avaliados em animais de experimentação antes da aplicação dessa droga em seres humanos. Quando essa medicação está pronta para ser testada no ser humano, as fases de investigação clínica iniciam-se e seguem uma após a outra, até que o maior volume possível de informações sobre o medicamento seja obtido.
Considerando os aspectos mais importantes e seus principais objetivos, cada fase de uma pesquisa clínica está resumida abaixo:

Fase I

Refere-se ao uso do medicamento pela primeira vez em um ser humano, geralmente um indivíduo saudável e que não tem a doença para a qual o medicamento está sendo estudado. Nesta fase serão avaliadas diferentes vias de administração e diferentes doses, realizando-se testes iniciais de segurança e de interação com outras drogas ou álcool. Cerca de 20 a 100 indivíduos participam dessa fase.

Fase II

Cerca de 100 a 300 indivíduos que têm a doença ou condição para a qual o procedimento está sendo estudado participam desta fase, que tem como objetivo obter mais dados de segurança e começar a avaliar a eficácia do novo medicamento ou procedimento. Os testes de fase II, geralmente diferentes dosagens assim como diferentes indicações do novo medicamento também são avaliadas nesta fase. 

Fase III

Depois de concluído o estudo piloto, grandes estudos multicêntricos acompanham milhares de pacientes, 5 a 10 mil, em geral, dependendo da patologia em questão com a doença em questão, por um período maior de tempo, geralmente sendo comparados a outros tratamentos existentes e recomendados para o mesmo problema. Durante esta fase se espera obter maiores informações sobre segurança, eficácia e interação de drogas. Ao participar de uma pesquisa em fase III, o voluntário poderá receber ou o novo tratamento ou o tratamento habitual (ou placebo). Recebendo o tratamento habitual, o paciente será tratado com a qual os especialistas avaliam como o melhor tratamento da atualidade. Se o paciente receber o novo tratamento, será tratado com uma alternativa de tratamento que os especialistas esperam obter vantagens significativas sobre o habitual. O objetivo desta fase de estudo é comparar ambos os tratamentos e estabelecer a superioridade de um sobre o outro. Os testes de fase III devem fornecer todas as informações necessárias para a elaboração do rótulo e da bula do medicamento. A análise dos dados obtidos na fase III pode levar ao registro e aprovação para uso comercial do novo medicamento ou procedimento, pelas autoridades sanitárias.

Fase IV

Após um medicamento ou procedimento diagnóstico ou terapêutico ser aprovado e levado ao mercado, testes de acompanhamento de seu uso são elaborados e implementados em milhares de pessoas, possibilitando o conhecimento de detalhes adicionais sobre a segurança e a eficácia do produto. Um dos objetivos importantes dos estudos fase IV é detectar e definir efeitos colaterais previamente desconhecidos ou incompletamente qualificados, assim como os fatores de risco relacionados. Esta fase é conhecida como Farmacovigilância.