O Ambulatório de Substâncias Psicoativas (ASPA), sediado no Hospital de Clínicas (HC) e vinculado ao Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp comemora 25 anos em 26 de abril de 2025. Marcando a data, haverá evento científico reunindo profissionais de referência na área, abordando temas atuais e relevantes para a prática clínica e para a formulação de políticas públicas.
O ambulatório atende, semanalmente, cerca de 80 pessoas com problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas (SPA). Elas recebem uma avaliação individualizada e, quando indicado, participam de grupos terapêuticos, avaliações neuropsicológicas e psicoterapia individual. O ASPA atende pacientes encaminhados via SUS e também da comunidade da Unicamp.
Segundo Renata Azevedo, coordenadora do ambulatório, o mesmo foi criado com a missão de suprir uma lacuna no ensino, assistência, pesquisa e extensão voltadas ao cuidado dessas pessoas. Ao longo de sua trajetória, o ASPA expandiu sua equipe, passando a incluir um número crescente de estudantes da graduação, pós-graduação, residência médica e programas de treinamento em serviço. Assim, tornou-se um espaço fértil para o desenvolvimento de pesquisas e, acima de tudo, um tratamento qualificado e humanizado.

“O cenário do uso de substâncias é dinâmico, exigindo dos serviços de cuidado constante adaptação às novas demandas. Embora o álcool, o cigarro e a cocaína e crack permaneçam sendo as SPA mais associadas à busca por tratamento, observamos um aumento expressivo nas demandas relacionadas ao uso de vape, drogas sintéticas e opioides. Além disso, notamos um crescimento significativo no número de mulheres atendidas e, mais recentemente, situações envolvendo o uso problemático de jogos e apostas. Esses movimentos exigem atenção contínua, atualização constante e revisão crítica das nossas práticas de cuidado”, relata a coordenadora.
Assim, são pilares do ASPA a atenção a pessoas com Transtornos por Uso de Substâncias, assim como a formação de profissionais capacitados para o cuidado com qualidade. “Para que isso se concretize, valorizamos – em nossas supervisões, discussões de equipe e seminários – a escuta qualificada, a elaboração de uma história clínica cuidadosa, a realização de um exame psíquico minucioso, a construção de vínculos terapêuticos sólidos, o cuidado integral à saúde física, o reconhecimento de comorbidades psiquiátricas, a análise da relação do indivíduo com a(s) substância(s), sua inserção social e sua percepção de si mesmo e de seus desafios. Tudo isso para que, juntos, possamos construir um projeto de cuidado e de vida”, conclui Renata.
